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A passos largos
O calor consumado em poucos minutos aquece, me faz sonhar, em poucas tragadas não estou mais aqui. Volto, continuo. Regresso silenciosamente.
Continuo na jornada frenética que a matéria exige; desperto-me. De peito aberto e a passos largos, bato perna por aí. Paro, respiro, continuo. Sinto o suor percorrer todo o meu corpo. Com o peso da comida de um dia, a mão inchada, os dedos vermelhos e cansados, busco na sombra uma religião.
Fofoco e até mesmo cochicho ao pé do ouvido de Deus, esse que me abandonou, mas com quem eu insisto em compartilhar um balcão de bar. Sem medo de me molhar, mergulho na obscuridade, um mergulho solitário. Com o olhar vazio e sem culpa, vou escapando.













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